A Pirâmide de Maslow é um modelo amplamente reconhecido que organiza as necessidades humanas em uma hierarquia. No segundo nível dessa pirâmide, encontramos a necessidade de segurança, um elemento crucial para que os indivíduos possam evoluir para camadas superiores, como relacionamento, estima e autorrealização. A segurança consiste num estado constante de percepção sendo, portanto, um elemento subjetivo. O Estado desempenha um papel fundamental na sustentação da sensação de segurança, garantindo a proteção dos cidadãos, porém, sofre com o advento de situações de crise em grande escala. Essa capacidade de absorção e gestão vem sendo constantemente questionada pela sociedade e repensada por gestores públicos e autoridades, como no caso do evento climático no Rio Grande do Sul e todas as demandas que sucedem esse importante episódio.
A presença do Estado cria uma sensação de ordem e previsibilidade, fatores essenciais para o funcionamento harmonioso da sociedade. Isso se dá por meio de diversas políticas públicas, que incluem desde a criação e manutenção de um sistema judicial eficaz até a disponibilização de forças de segurança capacitadas, equipadas e preparadas para atuar em suas rotinas e em cenários complexos. Estas forças de segurança desempenham conjuntamente diversos papéis imprescindíveis à sustentação do sentimento de segurança da população.
A sensação de segurança é ampliada por meio da presença das Forças de Segurança de prontidão em 24 horas por dia e 07 dias por semana, com oferta de serviços especializados à população, como os números de emergência tridígitos, por exemplo, 190 (Polícia Militar), 193 (Bombeiros) e 199 (Defesa Civil). Esses serviços são vitais para fornecer respostas rápidas e eficazes, tendo em vista justamente a apresentação do Estado quanto ente provedor da segurança, como citado no Art. 144 da Constituição Federal de 1988, onde versa “Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio (…)”.
No entanto, principalmente em cenários de calamidade, onde o efetivo policial deve ser empregado fisicamente em campo, se torna perceptível a necessidade de aumentar a eficácia com todo o recurso possível, para que não sejam degradados os serviços de atendimento à população, mas que ainda se possa usar o máximo efetivo na atividade finalística de atendimento físico à população. Esta eficiência pode ser significativamente aumentada com o uso de tecnologia avançada: aí chegamos à Inteligência Artificial aplicada aos sistemas de robôs de atendimento.
Uso de Robôs e Inteligência Artificial Potencializando os Serviços de Segurança e Defesa
A implementação de robôs de atendimento multimídia com inteligência artificial generativa nos serviços de emergência tem o potencial de transformar a maneira como a segurança pública é administrada. Esses sistemas operam 24 horas por dia, 7 dias por semana, com possibilidade de hospedagem na nuvem, permitindo a continuidade da operação independente da situação física do local, proporcionando atendimento imediato, ininterrupto e melhorando a eficiência operacional, quando possibilita processar um grande volume de chamadas simultâneas, triar situações e se comunicar com uma linguagem natural, como se ali estivessem dois seres humanos. Ao mesmo tempo aciona e aloca recursos de maneira rápida e precisa.
Além disso, com a automação das tarefas administrativas é possível deslocar policiais das atividades meio para as atividades fins, aumentando o contingente para patrulhamento nas ruas, resgates, salvamentos e a presença física das forças de segurança junto aos cidadãos.
Portanto, o emprego deste tipo de tecnologia provê a sensação de segurança em sua excelência, a partir da percepção física das equipes nas ruas, e da sensação de prontidão total, através do estabelecimento 24/7 dos serviços de atendimento. Este tipo de emprego da Inteligência Artificial traz a sensação de segurança até mesmo à camada da sociedade mais desprovida de tecnologia, pois suas chamadas de emergência são atendidas por robôs que possuem comportamento humano, estabelecendo assim um diálogo próximo e humanizado.
Manter o nível da sensação de segurança de tempos comuns em situações de crise é vital para a estabilidade social, e o uso inovador de tecnologia é uma ferramenta poderosa para alcançar esse objetivo. O futuro da segurança pública está intrinsecamente ligado à capacidade de adaptação e evolução dos métodos tradicionais de trabalho, e a tecnologia desempenha um papel central nessa transformação e na missão principal dos serviços de segurança do país: preservar a vida humana.
Artigo publicado por: Ivon Eduardo Esser Rosa
Head de Governo, Segurança Pública e Defesa da Dígitro.