Dengue na mira: 6 startups e tecnologias brasileiras que buscam ajudar no combate à doença
Nos últimos anos, a comunidade científica vem alertando que o aquecimento global é uma ameaça real para a proliferação de mosquitos causadores de doenças, como é o caso do Aedes aegypti – transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. O Brasil, país subtropical propício à presença do inseto, chegou a bater um recorde de mortes por dengue no ano passado, e em 2024, o Ministério da Saúde estima que o número de casos pode chegar a 5 milhões – em uma onda de infecções que preocupa e pode superar recordes históricos.
A doença – que acarreta um problema de saúde pública – já é considerada uma epidemia em alguns municípios brasileiros neste início de ano. Segundo o governo, a projeção do aumento de casos se deve a uma combinação de fatores, em especial ao calor e chuva intensos, e ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no país. Atualmente, os quatro sorotipos (1, 2, 3 e 4) circulam, em uma situação “incomum”.
\”A circulação de vários tipos de dengue significa que quem já teve o tipo um está protegido desse tipo para o resto da vida. Porém, se ele tiver o dois, o três ou o quatro, o segundo episódio de dengue é potencialmente mais grave\”, explicou Rosana Richtmann, infectologista do instituto Emílio Ribas, a Época NEGÓCIOS.
Em meio a esse cenário, a forma mais óbvia de combater a dengue é evitando a proliferação do mosquito em áreas urbanas, não deixando água parada. Além disso, em dezembro de 2023, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a oferecer uma vacina preventiva no sistema público de saúde (SUS), a Qdenga, do laboratório Takeda. No entanto, neste primeiro momento, há uma capacidade restrita de fornecimento de doses, que terão como foco o público e regiões prioritárias. Outro imunizante que está em jogo é o do Instituto Butantan, que já apresentou 79,6% de eficácia e aguarda a aprovação da Anvisa. Se tudo der certo, deve ser disponibilizado em 2025.
Para somar esforços na prevenção e combate à dengue, também contamos com o trabalho de startups e projetos com soluções positivas. Do desenvolvimento de produtos protetores, até o mapeamento dos focos do mosquito e uso de tecnologias inovadoras, confira o que algumas empresas brasileiras estão fazendo.
6. Aprepara (Santa Catarina)
Acelerada pela Dígitro Tecnologia, a startup mapeia os focos do Aedes Aegypti em Santa Catarina visando ajudar os gestores municipais a controlar os focos da doença nas cidades. Para isso, desenvolveu ferramentas de tecnologia que permitem o monitoramento em tempo real de fiscais e agentes sanitários da secretaria de saúde, fornecendo um panorama geográfico da infestação e permitindo que o usuário responsável pelas atividades em campo visualize e organize suas ações com mais eficácia.
Fonte: Época Negócios, Fevereiro 2024